VSF entrevista: Michael da Misa Digital Guitar – Primeira Parte

Sim, fomos até lá! | Yes, we went there!

No dia 29 de janeiro de 2010 tive o prazer de entrevistar, pessoalmente, Michael, criador da Misa Digital Guitar. A Guitarra, é similar a uma guitarra tradicional em seu design, porém, com algo muito peculiar: ela não possui cordas. Você pode conferir o post sobre a Guitarra, que mostra seu design e como ela funciona, aqui.

O projeto da guitarra gerou muitas dúvidas, por isso, apresento-lhes aqui respostas para várias perguntas que vocês possam ter.

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Danillo: “Como surgiu a ideia para a construção do projeto?”

Michael: “Eu tive a ideia 3 anos atrás quando eu estava escutando uma banda eletrônica famosa de um DJ e eu os vi tocando ao vivo e senti que a experiência ao vivo não era a mesma que assistir uma banda normal porque, geralmente, os DJs ficam atrás das mesas e você não tem o mesmo efeito quando vê uma banda tradicional com guitarristas, bateria e teclados tocando. Eu perguntei a mim mesmo por que aquilo era verdade e era, em partes, porque não há uma verdadeira guitarra digital própria. Você tem teclados digitais, mas eles tendem a ficar atrás de mesas e escondidos também. Existem baterias digitais, mas não existem guitarras digitais verdadeiras. Então, eu tive a ideia basicamente depois daquilo e construí o projeto logo depois. Levou um tempo, mas eu sabia que era algo que deveria existir.”

Danillo: “Quais foram suas inspirações para desenvolvê-lo?”

Michael: “O que realmente significou pra mim no final foi minha banda favorita, minhas músicas favoritas. Todas elas pareciam ter som de guitarras digitais, mas dava para perceber que a música estava sendo, na verdade, programada por um teclado ou um sintetizador ou em um estúdio em algum lugar. Minha inspiração veio da ideia de ter uma guitarra que pudesse, de verdade, replicar os sons que eu estava escutando por bandas como Daft Punk e Justice (são as que estão no meu site). Não sei se você já ouviu Aerodynamic do Daft Punk, mas tem uma sessão de batidas bastante longa e é como um Guitar Synth.  Mas não é tocado ao vivo, é provavelmente tocado em um teclado e eu acho que muitas pessoas pensam que “oh, o que eles fizeram foi tocar guitarra e depois usar efeito no som dela”, mas não. Não se obtém tal som de uma guitarra, então minha ideia era uma guitarra digital que pudesse alcançar o efeito citado. E outro exemplo (que eu coloquei no meu site) seria foi Waters of Nazareth do Justice. Nesse caso, você tem sons de contrabaixo bastante distorcidos que eu imaginei serem tão fácil de tocar, onde você poderia deslizar um dedo sobre um touch pad para criar o som. Esses são os tipos de fontes dos quais obtive inspiração.”

Danillo: “Qual sua visão sobre a aceitação do público em relação à guitarra? Você acha que a guitarra criada produzirá efeitos sobre o ingresso dos jovens ao meio musical? Você acha que tocar guitarra como uma carreira é algo aceito mundialmente?”

Michael: “Bem, antes de eu lançar a guitarra, eu sabia muito bem que muita gente iria odiá-la, mas, ao mesmo tempo, críticas por qualquer coisa que você lance sempre existem então eu não podia deixar a aprovação das pessoas me impedir de tentar alcançar meu objetivo. Existem algumas pessoas por aí que desaprovam da guitarra e a razão para tal é que eles não entendem. As pessoas, por alguma razão, acham que tocar a guitarra será mais fácil e que vai tirar o talento musical tocando-se guitarra, mas isso não é nem um pouco verdadeiro. Na verdade, como uma das únicas pessoas que tocaram a guitarra, eu posso dizer que tocar cifras funk no baixo, por exemplo, exige muita habilidade e muita prática com o touchpad. Quando você reúne as duas coisas, você  de fato fica com um som incrível, que será somente conseguido se você praticar e se você disponibilizar tempo para aprender o instrumento. Quando as pessoas dizem que é igual ao Guitar Hero ou quando dizem que é como um instrumento fácil, que removerá as dificuldades geradas por instrumentos tradicionais, você pode perceber imediatamente que elas não compreendem o funcionamento da guitarra, então eu não ouço essas pessoas de forma alguma. Além do mais, entretanto, não acho que eu recebi um e-mail negativo sequer, e eu recebi mais de 2000 e-mails dentro de uma semana em que eu coloquei o vídeo online. Muitas pessoas querem saber sobre a guitarra e eu tenho o apoio de muita gente, então eu sei que eu estou no caminho certo e que mudará a música.”

Criador e Criatura | Creator and Creature

Achou pouco?  Pois então, acalme-se. Como o título diz essa é apenas a primeira das três partes da entrevista com o Michael. Fique Ligado!

-por Danillo Nascimento

-redação por André Oshiro e David Gadelho

-tradução por André Oshiro e Brittney Triplett

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VSF interview: Michael of Misa Digital Guitar – First Part

On the 29^th of January, 2010, I was pleased to personally interview Michael, creator of Misa Digital Guitar. It’s similar to a traditional uitar in terms of design, but it has something very peculiar: it has no strings. You can check out the post about the Guitar, which shows its design and how it works, here.

The project of the guitar raised a lot of questions, so here are answers to the various questions you might have.

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Danillo: “How did the idea of making this project arise?”

Michael: “I came up with the idea 3 years ago when I was listening to a famous electronic DJ band and I saw them playing live and I felt that the live experience wasn’t the same as watching a normal band because usually the DJ’s are behind tables and you don’t get the same affect when you see a traditional band with guitarists, drum, and keyboards playing. I asked myself why this is and partially it was because there’s no real proper digital guitar. You have digital keyboards, but they tend to be behind desks and hidden away as well. You have digital drums, but there’s no real digital guitar. All attempts, in my opinion, haven’t really been very successful and taken on by anyone. So, I came up with the idea after that, basically, and from there I just built it straight away. It took me a while, but I knew it was something that had to exist.”

Danillo: “What were your inspirations to develop it?”

Michael: “It’s similar to the previous question. Really what it came down to for me, was my favorite band, my favorite music. They all sounded like they had digital guitars, but you could tell that the music was actually being programmed by a keyboard or a synthesizer or in a studio somewhere. My inspiration came from the idea of having a guitar that could really replicate the sounds that I was hearing by bands like Daft Punk and Justice (they’re the ones on my website). I don’t know if you’ve heard Aerodynamic by Daft Punk, but there’s a really long guitar tapping section and it’s like a guitar synth. But that isn’t played live, that’s played probably on a keyboard and I think a lot of people think that “oh, what they did was play guitar and then use effect on it”, but no. You don’t get that sound out of a guitar, so my idea was a digital guitar could achieve that effect. And another example would be, which I put on my website, was Waters of Nazareth by Justice. In that case, you’ve got a really heavy, distorted bass line that I just imagined would be so easy to play where you could slide a finger around on a touch pad to create and morph this out. So those are the sort of sources that I got my inspiration from.”

Danillo: “What’s your take on people’s approval in relation to the guitar? Do you think the digital guitar will effect the entrance of young people in the musical career? Do you think that playing the guitar as a career is something accepted worldwide?”

Michael: “Well, before I even released it, I knew very well that a lot of people were going to hate it, but at the same time, there are always going to be critics for anything that you release and so I couldn’t let people’s approval stop me from trying to achieve my goal. There are some people out there that disapprove of the guitar and the reason for that is that they don’t understand it. People think for some reason  it’s going to make it easier to play the guitar and its going to take away musicianship from playing guitar, but that’s not true at all. In fact, as one of the only people who has played the guitar, I can tell that playing a funky synth bass line for example, requires a lot of skill and a lot of practice and in combination with the touchpad. When you join those two things together, you actually end up with an amazing sound, but you’re only going to get that amazing sound if you practice and if you take the time out to learn the instrument. When people say that it’s like Guitar Hero or when people say that it’s like an easy instrument, that it’s going to take out the difficulties of traditional instruments, you can tell immediately that they just have no understanding of how this guitar works, so I don’t listen to them at all. On another note, however, I don’t think I’ve had a single negative e-mail and I’ve received over 2000 e-mails within a week of putting the video online. A lot of people want to know about it and I have the support from a lot of people, so I know that I’m on the right track and its going to change music.”

Como uma criança segurando um brinquedo | Like a child holding a toy

You think it’s not enough? So calm down. As the title says, this is only one of the three parts of the interview with Michael. Stay tuned!

-by Danillo Nascimento

– writing by André Oshiro and David Gadelho

-translation by André Oshiro and Brittney Triplett